'Ensino de culturas negra e indígena precisa melhorar', diz especialista

POR LUISA BUSTAMANTE

Rio - Especializada no estudo de relações étnico-raciais, a jornalista Rosiane Rodrigues diz que está lenta a aplicação da legislação federal que obriga a inclusão do ensino da história das culturas afro-brasileira e indígena no currículo das escolas. O tema é abordado no livro ‘“Nós” do Brasil’, que ela lança amanhã, às 19h, no Cefet-Maracanã.

— Como a sra. avalia a aplicação dessas leis?
— Há muito que melhorar. Muitos professores não aplicam o conteúdo porque não têm acesso a livros sobre os temas. Além disso, profissionais mais capacitados não estão nas escolas, mas nas universidades fazendo pesquisas. Quem estuda a aplicação dessas leis defende que as secretarias de educação devem propor uma capacitação dos docentes a respeito da África e dos índios do Brasil.

— Qual o efeito disso na educação dos jovens?
— Há um contingente de crianças negras, judias, muçulmanas e ciganas que não se reconhecem nos livros didáticos. É muito sério quando um adolescente acha que o islamismo é sinônimo de terrorismo, ou quando ele acredita que quem frequenta terreiro de candomblé está com o demônio no corpo. Vemos um crescimento preocupante do radicalismo, do fundamentalismo religioso, do racismo. É importante mostrar que ser diferente não é ser desigual.

— Essa é a proposta do seu livro?
— Sim, busquei o material que vem sendo produzido por especialistas de ponta e o traduzi de forma lúdica, com músicas, mapas e gravuras para os jovens.

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